Determinado a cumprir, e até mesmo ir mais longe, o Código de Sustentabilidade Ambiental no decurso da edição de 2023 do Rali Terras D’Aboboreira, o Clube Automóvel de Amarante (CAA) delineou um vasto e completo plano de ação, de modo a garantir o mínimo impacto ecológico do evento. E até foi criado um email específico para tratar dos assuntos relacionados com a proteção da natureza: ambiente@terrasdaaboboreira.pt
“O projeto que vai ser colocado em prática não incide apenas nos resíduos, vai muito mais além…”, começa por sublinhar Pedro Portela, o elemento do CAA responsável pela área ambiental na terceira prova do Campeonato de Portugal de Ralis, explicando que a ação vai incidir em oito áreas distintas: ruído, resíduos, água e energia, combustíveis e proteção do solo, higiene e limpeza, sensibilização e compensação de carbono.
No que toca aos resíduos, Pedro Portela fez questão de sublinhar:
“Temos assegurada a colocação de ecopontos em todas as áreas que consideramos sensíveis, como as zonas de público espalhadas pela serra, o Parque de Assistência, o Centro Operacional do Rali, as Verificações Administrativas, as Verificações Técnicas, os controlos de partida e de chegada das PEC”.
Está previsto que os resíduos provenientes dos carros de competição, como pneus, absorventes contaminados, peças da carroçaria, vidros, óleos (travões, motor, transmissões, etc.) e anticongelantes, pastilhas de travões e filtros de óleo sejam recolhidos e encaminhados para entidades gestoras deste tipo de material, sendo que além da colaboração dos três municípios (Amarante, Baião e Marco de Canaveses) neste plano, há ainda dois parceiros ambientais: Resinorte e Re-Source.
No segmento da área de água e energia, Pedro Portela revelou uma particularidade:
“Na ligação para o Parque de Assistência final da prova, a lavagem das viaturas de competição será feita, por elementos da organização da equipa do ambiente, numa estação de serviço reservada para o efeito, sendo utilizado um sistema de alta pressão e baixo consumo, em conformidade com todas as normas ambientais”.
Com o objetivo de diminuir a circulação de veículos pelos espetadores, os municípios de Amarante, Baião e Marco de Canaveses vão ter, igualmente, uma intervenção relevante:
“Em cada município por onde passa o rali haverá uma zona de público servida por transporte público gratuito. Pretende-se reduzir o uso do transporte individual e esta iniciativa é uma mais valia nesse sentido. Esperamos que haja uma forte adesão das pessoas a esta fórmula de aceder às classificativas”, acrescentou Pedro Portela.
Na área dos combustíveis e proteção do solo, e independentemente do material que as equipas utilizam, nas três zonas de reabastecimento vai ser preparado um tapete ambiental que cubra a totalidade dessas áreas. De igual modo, tanto no início como no final das PEC as equipas de bombeiros também estarão munidas de kits específicos para acorrer a qualquer eventual derrame.
“A sensibilização será outro dos pontos fortes do nosso plano, começando pela distribuição de um guia de Sustentabilidade Ambiental e a colocação de painéis informativos junto dos ecopontos, além da intervenção de voluntários ambientais para sensibilizar as pessoas para esta questão. O carro de som que passará antes do início de cada classificativa também vai emitir mensagens e no Parque de Assistência a Resinorte terá uma ‘task force’ que aproveitará as horas de maior afluência de público para implementar diversas ações”.
Por último, e no que toca à compensação de carbono, desde o início do mês de fevereiro que já foram plantadas mais de três centenas de árvores no conjunto dos três municípios e em áreas de passagem do Rali Terras D’Aboboreira, como a Serra do Marão, na zona da Aboadela (Amarante), a Serra da Aboboreira (Baião) e a zona de Montedeiras (Marco do Canaveses).